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Pra quem gosta de histórias mal contadas... A vida como ela é, o mundo bizarro, monga, a mulher gorila, o maior espetáculo da terra, a luz, a sombra, a mulher, o homem, a barba, os bárbaros, as invasões, os ciganos e o gelo... tudo isso por um precinho módico.Bem vindo ao teatro das ilusões!!!
terça-feira, maio 09, 2006
Cor-de-rosaTem apenas 18 anos, mas diz que já sabe o que é sofrer de amor. Dona de uma verborragia tresloucada, pontua a própria euforia com instantes de quietude, nos quais o olhar se perde. “Sou muito emotiva, choro à toa”, diz. E é verdade. Possui um dualismo algo torto que a faz alternar entre o satírico e o suicida em questão de segundos. “Vou embora agora”, diz. A frase sucede a gargalhada que, há pouco, fizera todos acreditarem que aquele era o momento mais feliz da vida dela. E o amor ali, orbitando indiferente, como se aquele ar desencanado que ela tentava exalar tivesse o mínimo sentido. Ela ria da própria desgraça, mas antes enxugava as lágrimas atrevidas que, sem convite, tinham brotado só pra embaçar a visão de seu mundo cor-de-rosa. | segunda-feira, maio 08, 2006
Saudades ExpressionistasA gente descobre que está apaixonado quando uma garota estabanada faz o portão bater no próprio rosto ao tentar abri-lo – e você acha isso lindo. A gente descobre que está amando quando se pega fazendo brincadeira-de-cama enquanto o mundo segue girando. A gente se descobre in love quanto a noite tem tudo para ser plena de gandaias e você sente uma vontade louca de ouvir uma voz específica – dentre as bilhares de vozes disponíveis no mundo! A gente descobre que encontrou uma cara-metade quando um único ser vira parâmetro para a compreensão do universo. A gente se sente especial quando encontra bilhetes esparsos “dentro de um livro”. A gente pensa em coisas loucas como a monogamia quando encontra alguém capaz de adivinhar nosso estado de espírito. A gente acredita que a vida é bela quando o supra-sumo da inteligência diz que você é encantador. A gente descobre que está ficando bobo quando escreve um texto como este só porque está cheio de saudades. | sexta-feira, maio 05, 2006
ConstataçõesChorou ar dar com tudo aquilo diante de si: a descontinuidade da própria história, as ausências, as carências, os (a)fetos abortados. Trazia a mala cheia. (De quê?). Ia pegar a estrada. (Pra onde?). Ia pra casa (que não era dela), rever a família (que não era sua), beber com os amigos (que não eram sóbrios: sobras). E a porra da idade que começava a incomodar que só vendo?! O mato crescia à sua volta: pessoas tecendo biografias, fechando ciclos, concluindo etapas. Diante dela, o infinito. Grande bosta! |
O perdesser e o nadaDemorou a entender aquilo que já não era mais. Tinha nas mãos o vivido, mas depois do falado – quando ele tornou comum o que há tempos já lhe ia peito adentro – depois do falado não houve sequer um beijo de despedida, de boa sorte. Também não cabia. Ela começaria a chorar, ele sabia disso. Tinha um quê de calculismo naquela calma dela. Não podia dar certo mesmo. Era serenidade demais pra cabeça dele. Serenidade. Não. Não era pra ela, que aprendera a amar aos trancos – em barrancos, em mesas, em paredes sem reboco, onde desse. No fundo, sabia que tudo ia passar. Ela mudaria outra vez. Mudaria também o sentido, o valor que atribuía àquela história, à linha ora quebrada. Rupturas. Tinha de aprender a conviver com elas. Afinal, desde nova, só fazia romper consigo mesma, com aquilo que era-não-era. Passava da hora, passava da hora de aprender a lidar. Lidar com ela, a mesma, a outra: o duplo movimento, a simultaneidade do querer e do desquerer: a força do descrer em si mesma. Precisava é aprender a perdesser feliz. |
PrincípiosSempre disse que começar era complicado. Vai ver por isso nunca me dei bem com princípios. Cresci homem sem caráter, cara-de-pau de marca maior e coisa e tal. Mas dizem que uma hora a gente tem que dar o primeiro passo, deixar de rastejar para começar a subir pernas acima, mordendo o tornozelo, subindo pela panturrilha, aproximando-se da virilha até ficar entre as duas, de frente. Na boca, saliva. Na vida, mulheres são começo, meio e fim. Ponto. |
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E AINDA...
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