Pra quem gosta de histórias mal contadas...

A vida como ela é, o mundo bizarro, monga, a mulher gorila, o maior espetáculo da terra, a luz, a sombra, a mulher, o homem, a barba, os bárbaros, as invasões, os ciganos e o gelo... tudo isso por um precinho módico.Bem vindo ao teatro das ilusões!!!

 

segunda-feira, setembro 25, 2006

 

Ruído 

O que se pode esperar de um filme uruguaio, descrito por seu diretor como “de orçamento zero”, cuja história diz de um homem à beira do suicídio que encontra salvação num precário emprego de inspetor de ruídos, que consiste em procurar barulhos que porventura estejam a perturbar a paz de Montevidéu? Se este filme for Ruído, de Marcelo Bertalmío, a resposta é: muito.

Carente de recursos, como quase todo el tercer cine, Bertalmío conseguiu tirar leite de pedra, ancorando a obra num roteiro inteligentemente divertido e num grupo de atores que parece talhado para fazer do filme um programa extremamente interessante.

O início de Ruído nos dá a impressão de que estamos começando a assistir mais uma história de losers, dessas muito caras ao público de Sundance. Basílio, interpretada por Jorge Vísca (que, como informa, “só faz parte do filme porque é amigo do diretor”), é um homem apagado. Como empregado de uma agência publicitária, nosso anti-herói vive atolado de funções indiotizantes. Seu casamento vai de mal a pior. Seu cachorro não anda muito bem com ele e os vizinhos acreditam que ele denigre a imagem do prédio.

Quando a mulher o abandona de vez, com um sutil recado de “hasta nunca!', o suicídio torna-se para Basílio uma solução mais do que atraente. Prestes a tomar veneno (de cachorro), o pobre é surpreendido pelo toque de um celular perdido num gramado qualquer de Montevidéu. Ele atende.

É a partir desse ruído que a história de Basílio começa a mudar. Em menos de 12 horas ele consegue (ou melhor, cai em seu colo) um emprego de Inspetor de Ruídos. Sem horário determinado, com salário que só dá para os “estimulantes”, Basílio começa a percorrer a cidade na companhia de Méndez (Jorge Bazzano), seu novo superior, um homem para o qual ser inspetor de ruídos é uma vocação natural.

Arrastado como que pelo acaso, Basílio encontra em seu caminho a pequena Vera, uma menina de 13 anos que precisa resolver uma embrulhada cometida por seu tio oncologista que, vítima de câncer terminal, começou a diagnosticar o mesmo para todas as pessoas que considerava merecedoras de punição.

Aos poucos, o sentido vai aparecendo na vida dos personagens. O macacão laranja, uniforme de Basílio, funciona para ele como uma roupa de super-herói, e parece dar-lhe coragem para enfrentar diversos obstáculos existenciais. Pela primeira vez, em anos, ele parece feliz.

O filme conquista sobretudo pela simplicidade e pelo carisma dos atores. Despretencioso, Bertalmío constrói uma história divertida e inteligente, aproveitando bem os tipos que desfilam pela tela. Nada de exercícios de virtuosismo ou saídas mirabolantes. O filme vem, dá seu recado e termina deixando uma sensação de leveza. Ponto.

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